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O que fazer com nosso lixo?

As grandes cidades convivem hoje com um grave problema: não sabem como dar fim às montanhas de lixo que sua população produz. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a produção diária de lixo nas cidades brasileiras chega a 150 mil toneladas. Deste total, 59% vão para lixões e apenas 13% são reaproveitados. Como só 7% das prefeituras fazem a coleta seletiva, o lixo seco, que poderia ser reciclado, acaba misturado com o lixo orgânico em grandes lixões à céu aberto, trazendo muitos prejuízos ao meio ambiente e à saúde das pessoas que vivem na redondeza.

O Chorume
Um dos maiores riscos para as populações que vivem próximas aos lixões é a decomposição do lixo orgânico (geralmente alimentos), que forma um líquido escuro chamado chorume. Quando em excesso, esse líquido pode atingir as águas do subsolo (os lençóis freáticos) e contaminar as águas de poços e nascentes, dificultando o abastecimento de água potável (que se pode beber) na região atingida. As correntezas de água da chuva também podem carregar esse material para os rios e mares.

Além disso, o chorume libera o gás metano, que é muito tóxico e pode causar câncer,  náusea, vertigem, sono e irritação no nariz e nos olhos. A  composição do chorume varia muito, mas pode conter metais pesados e micro-organismos nocivos à saúde humana, principalmente para mulheres grávidas. Por isso é necessário afastar as pessoas dos locais de decomposição do lixo, incentivar a coleta seletiva e investir na educação ambiental.

Lixões - Nos lixões os resíduos são colocados sem nenhuma preparação anterior do solo e sem um sistema de tratamento do chorume. Moscas, pássaros e ratos convivem com o lixo exposto a céu aberto, e crianças, adolescentes e adultos muito pobres catam comida e materiais recicláveis para vender. A poluição do solo também pode ser provocada por produtos químicos jogados no lixo pelas indústrias sem os devidos cuidados.

Aterro sanitário - O melhor local para colocar o lixo das cidades é o aterro sanitário. Nele o terreno é preparado para impedir que o chorume penetre na terra e contamine o lençol freático. Primeiro é feito o nivelamento da terra e depois ela é coberta com argila e PVC para impermeabilizar o solo. O chorume é coletado através de tubos e encaminhado para um poço de tratamento, e o lixo é coberto diariamente, o que impede o mau cheiro, a poluição visual e o acúmulo de insetos e animais transmissores de doenças.

Lixão da Estrutural
Um exemplo de lixão inadequado é o da Estrutural, que fica no Distrito Federal. Ele surgiu na década de 60, após a inauguração de Brasília e, poucos anos depois, apareceram os primeiros barracos de catadores de lixo próximo ao local. Atualmente sua capacidade já se esgotou, pois acumula mais de 13 milhões de toneladas de lixo e ainda recebe diariamente outras 2.500 toneladas, além de 6.000 toneladas de entulho (restos de material de construção). A quantidade de barracos de catadores aumentou tanto que se transformou na vila Estrutural, a segunda maior invasão do DF, com área de 154 hectares.

No lixão da Estrutural trabalham mais de 1.800 catadores de lixo, que separam papelões, latinhas, garrafas pet e outros materiais recicláveis. Apesar de contaminar o solo, os mananciais de água e as pessoas que vivem próximas a ele, o lixão é também uma fonte de renda para muitas famílias de catadores que moram na vila Estrutural.

Há quatro anos o Tribunal de Justiça do Distrito Federal atendeu pedido do Ministério Público e do Instituto Chico Mendes e ordenou ao governo do DF que fechasse o lixão da Estrutural, mas até hoje a ordem não foi cumprida. Sérgio Koide, professor de engenharia ambiental da UnB, alerta que mesmo depois de ser fechado o lixão precisa ser monitorado por causa dos riscos de contaminação do lago Paranoá.

Parque Nacional de Brasília - O lixão da Estrutural fica ao lado do Parque Nacional de Brasília, uma área de 30 mil hectares com várias espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção. O parque é importante para o equilíbrio ecológico do DF e abastece 30% da cidade de Brasília com água potável proveniente das represas de Santa Maria e Torto. Com a proximidade, as aves do parque vão para o lixão atrás de alimento e acabam se multiplicando mais do que deveria.

Hoje há no Brasil cerca de 1 milhão de catadores, que trabalham em condições muito difíceis, mas  acabam prestando um grande serviço à sociedade, pois recuperam para a reciclagem grande parte do lixo que jogamos fora todos os dias. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país perde R$ 8 bilhões por ano ao enterrar o lixo reciclável, sem contar os prejuízos ambientais. Se houvesse a coleta  seletiva e a criação de centros de triagem até 30% do que hoje é lixo poderia ser reciclado.

Política Nacional de Resíduos Sólidos
Para tentar modificar essa situação é que o Senado aprovou, no ano passado, a Lei 12.305/2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Ela vai mudar a forma como governo, empresas e consumidores tratam o lixo. Uma das providências da lei para evitar a contaminação do meio ambiente por produtos tóxicos é a chamada “logística reversa”, que obriga fabricantes, distribuidores e vendedores a recolherem embalagens usadas de materiais como agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e eletroeletrônicos.

Os municípios serão obrigados a acabar com os lixões e a criar sistemas de coleta seletiva nas residências, e as pessoas deverão fazer a separação do lixo doméstico. Os lixões a céu aberto estarão proibidos e todas as prefeituras terão que construir aterros sanitários onde só poderão depositar lixo que não pode ser reaproveitado. Será proibido também catar lixo, morar ou criar animais nesses aterros.

A Lei já foi regulamentada pelo Decreto 7.404/2010, que estabelece as normas para a sua execução  e institui o Comitê Interministerial da PNRS que irá estruturar e articular as ações dos órgãos  governamentais para cumprir as metas previstas. Até junho de 2011 os  ministérios do Meio Ambiente, Minas e Energia e Cidades deverão apresentar o plano nacional sobre como será feita a recuperação energética dos resíduos


Fontes:
DF TV – Rede Globo
Biosferams.org
Angloambiental.wordpress.com
Lixo.com.br
Ecodebate.com.br
Ambientebrasil.com.br
Administração Regional do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento
 

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