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A Turminha está em campanha contra a dengue

A Turminha está em campanha contra a dengue

Imagem Pixabay

A Turminha do MPF anda preocupada com a dengue. Também não é para menos: a Sol foi picada pelo mosquito e ficou dodói. Depois de vários dias de repouso, tomando muito líquido, agora já está bem.

A Malu, preocupada com a amiga doente, ficou indignada com pessoas que deixam água parada e alertou os amigos da Turminha para chamarem a defesa civil quando souberem de algum lote vazio onde haja foco de dengue. Na rua do Rafinha houve um surto de dengue e muitas pessoas ficaram doentes. Ele deu dicas sobre os cuidados com as piscinas e com objetos que acumulam água, como pneus, garrafas, tampinhas etc.  
O Munani ensinou como o mosquito fica infectado e passa a transmitir a doença para outras pessoas e que mesmo quem já teve dengue pode pegar a doença novamente. Já o Rod teve um amigo na escola que estava com todos os sintomas da dengue: dor de cabeça, febre alta, dor no corpo, dor nas juntas e atrás dos olhos. Como já conhecia os sintomas, o Rod aconselhou o amigo a ir logo para o hospital e o alertou para não tomar remédio sem antes consultar  o médico. O amigo falou com os pais e foram correndo para o hospital.

Na casa do Alex todo mundo tem consciência de como se prevenir contra a dengue. Eles limpam o quintal, tampam a caixa d'água, lavam os pratinhos dos vasos de plantas e sempre trocam a água do Bóris.

Agora a Turminha quer ensinar tudo sobre a dengue para você. Afinal, a época da dengue ainda não acabou. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos. No nosso país, concentram-se em um período específico: cerca de 70% dos casos ocorrem de janeiro a maio, com exceção das regiões Norte e Nordeste, nas quais as chuvas começam tardiamente, em março, e se estendem até julho. Apesar disso, o país tem condições climáticas favoráveis ao mosquito durante todo o ano.

Nossos amiguinhos pesquisaram no site do Ministério da Saúde e vejam o que encontraram para ajudá-lo a conhecer melhor essa doença e saber como evitá-la:

O que é a dengue?

A dengue é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus que penetra no organismo da pessoa  quando ela é picada pela fêmea do mosquito Aedes aegypti que estiver infectada. A doença não pode ser transmitida de pessoa para pessoa, nem mesmo quando há contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem por meio de fontes de água ou alimento. Apenas a fêmea do mosquito Aedes aegypti que já estiver infectada, após ter picado uma pessoa doente, pode transmitir o vírus.

Assim, a fêmea do mosquito pica a pessoa infectada, mantém o vírus em sua saliva e o retransmite em novas picadas. A transmissão ocorre pelo ciclo homem-Aedes aegypti-homem. Após a ingestão de sangue infectado pelo inseto fêmea, transcorre nesta fêmea um período de incubação. Após esse período, ela torna-se apta a transmitir o vírus e, assim, permanece durante toda a vida.

A doença costuma aparecer em média 5 ou 6 dias depois de a pessoa ser picada, mas o período de incubação pode variar de 3 a 15 dias. Mas cerca de metade das pessoas picadas não desenvolvem a doença. Entre 20 e 50% delas vão desenvolver formas subclínicas da doença, ou seja, sem apresentar sintomas. Mesmo assim, é importante, em caso de dúvida ou qualquer suspeita, procurar o posto de saúde mais próximo.

Podemos pegar dengue mais de uma vez na vida, mas nunca do mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ainda poderá ser contaminada pelos outros tipos conhecidos do vírus da dengue. São conhecidos quatro tipos de vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. No Brasil ainda não foi identificado o sorotipo DENV-4.

Onde ocorre a dengue?

A dengue ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil, onde as condições do meio ambiente e as características urbanas favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mais de 100 países em todos os continentes, exceto a Europa, registram a presença do mosquito e casos da doença, que afeta mais de 100 milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, é uma das que têm maior impacto na saúde pública.

As fêmeas e os machos (que geralmente acompanham as fêmeas) ficam dentro das casas. A temperatura mais favorável para o desenvolvimento da larva é entre 25 a 30ºC. Abaixo e acima destas temperaturas o Aedes aegypti diminui sua atividade. Acima de 42ºC e abaixo de 5ºC ele morre. Muitas cidades brasileiras possuem as condições propícias para o desenvolvimento do Aedes aegypti. Temperatura e umidade relativa são primordiais para o desenvolvimento do mosquito e, principalmente, para manter os ovos viáveis mesmo fora d’água.

Ainda não existe vacina contra a dengue, embora as comunidades científicas internacional e brasileira estejam realizando pesquisas para desenvolvê-la. A dificuldade em produzir uma vacina contra a dengue é a sua complexidade em relação as demais, pois como tem quatro vírus identificados até o momento, será necessário fazer uma combinação dos quatro para obter uma proteção contra a doença. Enquanto não houver uma vacina disponível, somente medidas de prevenção serão capazes de controlar a doença.

Quais são os sintomas da dengue?

É importante também conhecer os sintomas, pois a dengue é uma doença grave e pode matar. A febre alta é acompanhada de um ou mais sintomas, como dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas. A orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde. E se, depois do diagnóstico, aparecerem sintomas como dor na barriga ou vômito, é preciso retornar imediatamente ao hospital.

O quadro clínico é amplo, apresentando desde uma febre inespecífica até quadros graves como hemorragia, choque e às vezes óbito. A forma clínica clássica é conhecida como dengue clássica ou febre da dengue e a forma grave, como febre hemorrágica da dengue. A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados cuidados especiais. No entanto, a dengue é mais grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Nesse caso, quando tratada a tempo a pessoa não corre risco de morte.

O quadro clínico da dengue é dinâmico, isto significa que um paciente com dengue clássica pode passar rapidamente para a forma grave (Febre Hemorrágica da Dengue). Ao apresentar qualquer sintoma, procure a unidade de saúde mais próxima.

Sintomas da dengue clássica:

  • Febre alta com duração de 2 a 7 dias
  • Dor de cabeça
  • Dor no corpo e nas articulações
  • Dor atrás dos olhos
  • Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo

 

Sintomas da dengue hemorrágica: Quem já tem diagnóstico de dengue, deve ficar atento ao surgimento dos seguintes sintomas:

  • Dores na barriga fortes e contínuas
  • Vômitos persistentes
  • Sangramento pelo nariz, boca e gengivas ou qualquer tipo de sangramento
  • Sede excessiva e boca seca
  • Procure imediatamente um médico em qualquer uma dessas situações, pois você pode estar evoluindo para forma grave da dengue. Não perca tempo, a forma grave da dengue pode matar!

 

Tratamento da dengue

Em caso de suspeita de dengue, é preciso sempre procurar, o mais rápido possível, o serviço de saúde mais próximo. Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica. A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) alerta que alguns dos sintomas da dengue só podem ser diagnosticados por um médico.

Depois de consultar um médico, alguns cuidados devem ser tomados, como: manter-se em repouso, beber muito líquido (inclusive soro caseiro), e só usar medicamentos prescritos pelo médico para aliviar as dores e a febre. A reidratação oral é uma medida importante e deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sanguínea.

De acordo com informações do site do Ministério da Saúde (link), o médico deve tratar os sintomas do paciente com dengue clássica, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, como o AAS e a Aspirina, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. É importante também que o paciente fique em repouso e ingira bastante líquido.

Os pacientes com Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. O período crítico ocorre durante a transição da fase febril para a sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre e isso leva a uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico do paciente piora.

O mosquito Aedes aegypti

O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Ele costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa.

O Aedes aegypti é um mosquito de comportamento urbano, sendo raro encontrar amostras de seus ovos ou larvas em reservatórios de água nas matas. Em média, ele  vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Ela é capaz de realizar inúmeras posturas no decorrer de sua vida, já que copula com o macho uma única vez mas armazena os espermatozóides dentro do seu aparelho reprodutor. Uma vez com o vírus da dengue, a fêmea torna-se vetor permanente da doença e calcula-se que haja uma probabilidade entre 30 e 40% de chances de suas crias já nascerem também infectadas.

Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, em recipientes tais como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos de vasos de plantas ou qualquer outro que possa armazenar água de chuva. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem ao mosquito adulto.

Cuidados para evitar a proliferação dos mosquitos Aedes aegypti

Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água. Em 90% dos casos, o foco do mosquito está nas residências. 

Embora as fêmeas do Aedes aegypti tenham preferência por depositar os ovos em recipientes com água limpa, elas também podem colocá-los em criadouros com água suja e parada. Então para combater a dengue, o importante é acabar com qualquer reservatório de água parada, seja limpa ou suja. Com medidas simples você pode combater a dengue: 

  • Não deixar água acumulada sobre a laje.
  • Manter o saco de lixo bem fechado e fora do alcance dos animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana.
  • Manter a caixa d’água completamente fechada para impedir que vire criadouro do mosquito.
  • Manter bem tampados tonéis e barris d’água.
  • Encher de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta.
  • Lavar semanalmente por dentro, com escova e sabão, os tanques utilizados para armazenar água.
  • Se você não colocou areia e acumulou água no pratinho de planta, lavá-lo com escova, água e sabão uma vez por semana.
  • Remover folhas e galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.
  • Jogar no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias e etc.
  • Se você tiver vasos de plantas aquáticas, trocar a água e lavar o vaso, principalmente por dentro, com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.
  • Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira bem fechada. Não jogar lixo em terrenos baldios.
  • Lavar, principalmente por dentro, com escova e sabão, os utensílios usados para guardar água em casa, como jarras, garrafas, potes, baldes, etc. 

Não é apenas o simples ato de secar os reservatórios de água parada que irá impedir o mosquito da dengue de se reproduzir. É preciso limpar o local também, pois o ovo ainda pode ser manter “vivo” por mais de um ano sem água.

Larvicidas e inseticidas

Em locais onde já ocorre alta transmissão da dengue é possível também usar os larvicidas e inseticidas distribuídos aos estados e municípios pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), que têm eficácia comprovada. Os larvicidas servem para matar as larvas do Aedes. São aqueles produtos em pó, ou granulado, que o agente de combate a dengue coloca nos ralos, caixas d’água, ou seja, naqueles lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.

Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas de nebulização (fumacê), que matam os insetos adultos enquanto estão voando, pela manhã e à tarde, porque o Aedes tem hábitos diurnos. O fumacê não é aplicado indiscriminadamente, sendo utilizado somente quando existe a transmissão da doença em surtos ou epidemias. Desse modo, a nebulização pode ser considerada um recurso extremo, porque é utilizada num momento de alta transmissão, quando as ações preventivas de combate à dengue falharam ou não foram adotadas.

Para saber mais sobre o assunto você pode estudar o site combatadengue.com.br.

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